2 de dez. de 2008
O Rio de Janeiro não continua lindo.
Nunca tinha ido para o Rio de Janeiro. Fui esses dias, depois do 20 anos de expectativa.
Desembarquei (junto com o namoradeenho) na rodoviária pela manhã. Me assustei com taxistas famintos para levar turistas, mesmo já estando avisada que seria assim. Corremos para pegar um ônibus, que custou 2 e 10 por pessoa. O caminho da rodoviária até o nosso albergue foi o mais sujo e principalmente fedido da minha vida. Chegamos no Copa Hostel, em Copacabana, obviamente. Eu achava que Copacabana era massa. Foi bem ruim descer do ônibus e perceber que o bairro todo cheira mal. Bom se terminasse por aí.
Deixamos nossas malas no Copa e fomos a pé dar uma olhadinha na praia. O tempo estava ruim, nublado e volta e meia chuviscando. Não tinha quase ninguém na praia, apenas alguns turistas perdidos tomando água de côco e ambulantes vendendo todo o tipo de breguices, como cangas com a estampa ondulada do petit pavet do calcadão (!!). Perguntamos para alguém como chegávamos até o Pão de Açúcar. Como indicado, pegamos um ônibus para a Urca. parênteses: (os ônibus todos têm lugar pra sentar, mas dá um medo danado, parece que vai cair tudo a qualquer momento, e faz um barulho tão absurdo que impede duas pessoas sentadas uma ao lado da outra de terem uma conversa). Chegando lá, um cara maníaco tentou insistentemente fazer a gente desisitir de ir no bondinho para, pelo mesmo preço, irmos subir de van até o Cristo e não sei mais aonde. Depois de fugir do mané, entramos na fila para comprar o ticket, que foi mais do que trinta reais e estudante não pagava meia! Foi a primeira vez desde que eu estava tipo na quinta série que achei uma coisa onde estudante não paga meia, tá louco.
O Pão de Açúcar foi completamente diferente do que eu imaginava. Eu achava que a gente entrava no bondinho, com umas 6 pessoas dentro, ia sentado, o chão era de vidro, o bondinho ia bem devagar, chegava lá em cima, fazia a volta e a gente descia até o chão (uhu!). Galere, o bondinho é enorme, cabem umas 60 pessoas dentro e todo mundo vai em pé. O chão não é de vidro e nem ao menos transparente. O bondinho sobe rapidão, daí pára no alto de um morro, a galera toda desce, pega outro bondinho até o outro morro, daí desce de novo e daí precisa pegar os dois de novo pra voltar. As paradas são legais, tem uma vista do caralho mesmo, mais do que o esperado. Sentamos num sofá que dava para a paisagem e compramos uma Coca, que foi R$ 3,50!!! TRÊS E CINQUENTA UMA COCA, socorro Deos! Depois da Coca milionária, passeamos pelos caminhos que tem no morro, bem legalz. O Pão de Açúcar foi bem divertido, tirando o frio do caralho que eu passei com o vento. Resolvemos ir almoçar em Ipanema. Comemos num lugar chamado Banana Jack (ou o contrário, não lembro). Muito boa a comida. Gostei da revelação "arroz maluco", que contava com arroz branco, bacon picadinho e ovo mexido, tudo misturado, com batata palha em cima. Após o almoço, fomos passear na praia. Achamos uma pedra bem legal e ficamos sentados em cima dela um tempão, olhando a vista, os surfistas e um pato preto maluco que ficava mergulhando e voltando com peixe bicado, bem pitchulino. A chuva veio, e fomos para nosso albergue.
Após colocar uma roupa mais de frio, pegamos um ônibus até o Corcovado. Chegamos lá as 17:40, e eu ouvi do cara "o último trem saiu às 17:30". Fomos assediado por malucos querendo que a gente fosse de van (sim, de novo). Fomos embora. Tomamos uma cerveja num quiosque na beira da praia vendo o pôr do sol. Depois, fomos num bar chamado Devassa, era legal e tocava uma música do U2, uma da Alanis, uma do U2, uma da Alanis...
Dia seguinte.
Acordei cedo com meu despertador do celular, coloquei uma roupa rapidão e fui até a recepção pedir pra alguém por favor ir acordar meu namorado (eu não podia entrar no quarto dele pq era só de meninos, e ele tinha esquecido/deixado por querer o celular em Curitiba). Ele tinha marcado um vôo de asa delta. Um cara nos buscou e nos levou até o pé do morro. Chegando lá em cima, o tempo tava aberto. Foi o tempo de montarem a asa delta que fodeu tudo. Resolvemos então ir até o Jardim Botânico. Tivemos que pagar 5 Reais pra entrar. Estudante não pagava meia alí também. Fomos andando. Muito massa o jardim botânico do Rio. Tem as plantas mais esquisitas que eu já vi na minha vida, e também vimos miquinhos comendo jaca podre e um esquilinho pitchulino demais! Estávamos indo para o orquidário, mas tivemos que parar por causa da chuva. O orquidário foi massa, mas quando terminamos de ver, voltou a chuva. Só aí nós descobrimos que tem, de graça, um carrinho coberto que sai da porta do jardim de uma em uma hora e ninguém nos avisou e não dava pra pegar ele no meio do caminho, só na entrada, puta que pariu! Fomos na chuva mesmo, nos perdemos pra achar a saída certa. Pegamos um táxi, trocamos a roupa molhada, e fomos almoçar no Banana Jack de novo. E claro que no meu prato tinha arroz maluco de novo. E tinha uma máquina de Pac Man muito do paraguai e eu bati o record na primeira tentativa, sem o menor esforço (a-há!). Fomos para o Cristo desta vez mais cedo, 16:30. Chegando lá, ouvi do cara "o último trem saiu às 16:00". Ah não!! não, não, não. "Moço, eu li no site que o trem sai todos os dias até as 18:30!". "É, mas hoje não tá indo mais, porque quando o tempo tá assim todo mundo passa frio lá em cima e nem dá pra ver nem o pé do Cristo e daí todo mundo reclama pra mim na volta, que pagou mais de trinta reais...."
Então, meu amigos, cheguei à inevitável conclusão. E é com pesar que eu conto para vocês: não tem Cristo coisa nenhuma. Tentei vê-lo de perto duas vezes, não consegui. Lá de baixo, olhando para cima, também não se via nada. Quer dizer, tem Cristo sim, só que ele fica lá no PROJAC, para as novelas da Redi Grobo.
Desapontadíssima, tudo o que me restava era tomar uma água de côco, olhando a chuva. Tomei e, quando terminei, pedi pro cara abrir o côco pra eu comer aquela parte branquinha. E o cara não abria. Por Deos!!! Pelo menos tivemos uma discussão filosófica sobre como o côco é uma coisa bizarra, porque é uma bola de madeira com carninha branca gostosa e água dentro! Fugimos para Ipanema, porque lá é bonito, tem lugares bons e gostosos e com gente mais bonita, porque em Copacabana é tudo decadente, feio, sujo e cheio de puta.
E daí acabou o dia e fui dormir para no outro dia ir embora.
Enfim, o Rio não é lindo. Não tem sol sempre que nem eu vejo na novela. Nem gente bonita. É sujo. É fedido pra caralho. É tudo caro caro caro e ninguém paga meia, só quem é carioca (é, eles tem desconto pra quem é carioca). E não existe Cristo.
E ah! Tipo, o Rio não tem como dar certo mesmo. Quem foi o imbecil que teve e idéia estúpida de fazer uma cidade no meio de um monte de montanha?
Sou eternamente grata por morar em Curitiba.
Por ter ido logo em seguida para Paraty (i) também, salvou minha viagenzinha : D
por Antonella às 10:53 ()